Brasileira fala sobre protestos na Itália por causa do passaporte da vacina para trabalho

 

                           Na última sexta (15), todo trabalhador italiano que não houvesse se vacinado (a), estaria proibido de trabalhar. Sendo assim, para exercer seu ofício, seja qual for, a pessoa teria que comprovar sua imunização, com o passaporte da vacina. 

                            De acordo com o governo italiano, o objetivo da ação é estimular os não vacinados a se imunizarem contra a Covid-19. A ação acabou gerando uma série de protestos no país, até por empregadores, já que os mesmos ao evitarem o controle de seus funcionários, são sujeitos a multa. Também não é permitido promover a esse funcionário (não imunizado) trabalho remoto. 

Medida do governo italiano, acabou gerando ondas de protestos contra o 

Green Pass (passaporte da vacina). Apenas trabalhadores vacinados poderiam

exercer suas funções. Imagem - reprodução internet

                            De acordo o Ministério da Função Pública da Itália, cerca de 250 mil dos 3,2 milhões de trabalhadores do país, não estão vacinados. O número corresponde a 7.8% desse grupo. 

                   A brasileira Valéria Bongiorni, que nos contou um pouco de sua história no 'Minha Vida na Itália' (link aqui se você não leu), que é casada com um italiano e trabalha em uma loja na cidade onde mora, (Niceto, na Província de Parma),  no norte no país, contou um pouco sobre o que está acontecendo por lá e se ela teve que apresentar o passaporte em seu trabalho. 

Roger - Como está a situação com relação ao passaporte da vacina?

Valéria - Está um pouquinho chato porque apesar de 70% da população está vacinada, tem ainda aquela pequena porcentagem que está indiferente a situação. 

Até a data de hoje (18/10), 71% da população italiana já estavam vacinadas com as duas doses das vacinas, ou dose única. 

            Valéria cita os protestos que aconteceram em Roma, capital da Itália e que reuniu cerca de 10 mil pessoas. 

                 

                    "Teve protesto em Roma, foram mais de 10 mil pessoas que protestaram contra (a medida), eles falam aqui que é contra a ditadura da vacina". 

Imagem: Reprodução internet

                        Segundo a maranhense, o setor da saúde já havia afastado funcionários que rejeitaram se vacinar. 

                    "Alguns setores, por exemplo a saúde, eles demitiram, demitiram não, deixaram as pessoas, sem salário, porque não quiseram se vacinar. Resumindo, para quem não quer vacinar está um pouquinho chato!". 

Roger - Você se vacinou e como foi no seu trabalho com seu empregador. Já fizeram essa exigência?

Valéria - Eu vacinei. Tomei as duas doses, vacinei com a Pfizer. E no mesmo dia que eu vacinei, meu marido também vacinou. No meu trabalho, já um mês atrás ele pediram a data da validade meu green pass (passaporte da vacina italiano). E hoje (sexta 15), oficialmente com a aplicação, eles começaram a cobrar o passaporte verde. 

             De acordo com Valéria no trabalho do marido, que também está imunizado, fizeram a mesma exigência. 

             

  "Meu marido disse que no trabalho dele, também pediram. Então quem não vacinou tem que fazer tampão (teste contra Covid-19), a cada 72 horas para gerar o green pass". O teste não é por conta da empresa e sim do trabalhador. 

                    "O pagamento (do teste) vai ser por conta da pessoa que faz o tampão". Parte dos protestos que têm acontecido é inclusive por reivindicação de que estes testes sejam gratuitos. 

                    "Aqui também está tendo protestos porque eles querem que os tampões (testes), sejam gratuito e não é. Tem que pagar para fazer. Ou paga, ou vacina!". 

Roger - As publicações falam sobre esses protestos, então eles já estavam acontecendo antes, verdade?

Valéria - É verdade sim! Já na semana passada (entre 8 e 9), teve um grande protesto em Roma. Em pequenas capitais tipo, Milão, Bolonha, que são as cidades grandes. Está tendo sim!

                Valéria conta que caminhoneiros do país também tentaram parar, mas houve desistência. 

Valéria - Aqui (Niceto), eles tentaram fazer um bloqueio tipo o que teve no Brasil com caminhoneiros, mas não deu certo. Ainda bem, se não ia parar o país inteiro.

             A morena, conta que muita gente na Itália rejeita a vacina, exatamente como acontece aqui no Brasil. 

            "Tem muita gente contra, não querem se vacinar, porque dizem que a vacina é pior que o vírus. Não querem colocar coisas que eles não sabem no corpo, sabe... Esse tipo de coisa que a gente lê na internet e aí está desde jeito". 

            Ainda de acordo com a vendedora, o colaborador não perde na maioria das vezes, mas acaba ficando sem seu salário do mês.