Adolescente afegão sobrevive a voo escondido no trem de pouso rumo à Índia
Os riscos podem ser fatais
Viajar no wheel well, como é chamado esse espaço do trem de pouso, é uma decisão com grandes chances de terminar em tragédia. Entre os principais perigos estão:
* Hipóxia: a falta de oxigênio em altitudes acima de 9.000 metros pode causar inconsciência em minutos e levar à morte.
* Temperaturas extremas: durante o cruzeiro, o ambiente chega a −50 °C, o que pode provocar hipotermia severa e congelamento de tecidos.
* Mecânica do trem de pouso: o espaço é reduzido, com partes metálicas móveis e portas que se fecham após a decolagem. O risco de esmagamento é real.
* Queda durante manobras: ao abrir ou retrair as rodas, há possibilidade de o ocupante ser lançado para fora da aeronave.
Outros casos no mundo
O episódio não é isolado. Ao longo da história da aviação, diversos casos semelhantes foram registrados:
* Em 1970, o australiano Keith Sapsford, de 14 anos, caiu de um avião logo após a decolagem de Sydney ao tentar se esconder no trem de pouso.
* Em 1996, dois irmãos indianos tentaram viajar em um Boeing 747 rumo a Londres; apenas um sobreviveu.
* Em 2024, autoridades dos EUA encontraram o corpo de um passageiro clandestino no compartimento de rodas de um voo que chegava ao Havaí.
Esses exemplos reforçam a quase impossibilidade de sobreviver nessas condições.
O caso do adolescente afegão acende debates importantes. De um lado, evidencia falhas de segurança em aeroportos pelo mundo, que precisam reforçar o controle de acesso às áreas restritas. De outro, reflete a realidade dura de jovens em contextos de guerra, pobreza e falta de perspectivas, que arriscam a própria vida em busca de uma saída.
Embora este episódio tenha terminado sem tragédia, é um alerta para governos, autoridades aéreas e organizações internacionais: ninguém deveria sentir que a única chance de mudar de vida é embarcar escondido em um espaço projetado para máquinas, não para pessoas.
.jpg)