Brasileiro é preso no Egito acusado de assédio, após brincadeira sem graça. Relembre casos de vexame em outros países

 

                Após uma brincadeira com cunho sexista e de péssimo gosto, o brasileiro e 'influenciador', Victor Sorrentino, foi preso por autoridades de Luxor, no sul do Egito, após gravar um vídeo onde expõe uma mulçumana. 

            No tape, o médico do Rio Grande do Sul, aparece proferindo a seguinte frase, após a moça lhe entregar um papiro. "Vocês gostam é de um bem duro, né?".  A muçulmana sem entender a piada grosseira, diz sim e logo é cercada com risadas e novamente outra frase de cunho sexista. 

            O problema é que se no Brasil, esse tipo de ato já foi permissível e até hoje tem gente que aceita, no Egito não. 

            O país criminalizou o assédio sexual em 2014 e esse tipo de 'brincadeira' ao ser tipificado como crime, pode terminar em detenção de seis a três anos ou multa. 

            

       O Ministério do Interior, no Egito, relatou que a segurança conseguiu identificar a vítima e logo após deter o turista brasileiro e tomar medidas judiciais contra ele. 

                    Para se justificar o gaúcho apenas disse, antes de bloquear sua conta em uma rede social. "Eu sou assim, sou um cara muito brincalhão". Já nessa segunda através de vídeo, se diz injustiçado por pessoas que não o conhece. 

                Coitado! Tornou-se a vítima! 👎

                Na verdade eu o chamaria de 'um cara', ignorante. Ignorante no sentido de ignorar fatos, costumes, leis e a realidade dos outros. 

                No mínimo o médico deve ser um desses homens que ainda insistem em fazer esse tipo de comentários grotescos, que não cabem mais na sociedade de qualquer país. 

                 Desse tipo de pessoas que não conseguem entender, que o tempo mudou. Que gostam de mencionar, ou culpabilizar a vítima: é mais um mimizento que reclama de nós, problemas bricalhões!

                Mas veja bem, essa expressão mimimi, que representaria lamúria ou reclamações e que teria surgido através de um personagem no desenho, 'Fudêncio e seus amigos, exibido pela MTV Brasil, só existe por aqui mesmo.

                 Em outros países, algumas coisas que aqui passam pano, fazem vista grossa, são levadas muito a sério e por lá, não tem essa história de colocar a culpa no outro... 

                Muitos brasileiros insistem em fazer em qualquer parte do mundo, o que fazem por aqui. 

                O médico ignora o fato de que esse tipo de comentário ofende mulheres em qualquer parte do mundo e as expõe. Ignora a cultura de um país que tem uma religião que já fora ainda mais severa com as mulheres.

As mulheres no Islamismo 

        Muitas mulheres dentro do Islã são literalmente guiadas por leis bem primárias e regidas pelo Alcorão. Essas leis têm grandes impactos na vida das islâmicas em inúmeras áreas como, oportunidades de empregos, herança de família, namoro e casamento e até na justiça para elas próprias, podendo ser mais severa de acordo com o país. 

                Criticamos porque não vivemos essa realidade, não a conhecemos. Mas por aqui, já fora bem semelhante, se lembramos que há pouco tempo, mulheres ainda viviam sem poder se separar do marido e eram estigmatizadas por isso, quem se lembra da famosa frase, "vai ser uma desquitada?". 

                De fato, mesmo que seja a passos lentos, bem lentos, algumas regras consideradas severas vem mudando nos países do oriente médio. E essas mudanças podem acontecer devido a uma série de fatores que são, econômicos, sociais e políticos. 

    

            Muitas mulheres ainda continuam sem acesso a muita coisa, são barradas em muitos aspectos, não há equidade com relação aos homens. Se no Brasil essa luta de igualdade é imensa, imagina onde o islamismo conduz. 

                   Um estudo de 2013, apontava que o Egito era um dos piores países em relação ao direito das mulheres. (Fonte - Terra). 

                    As mulheres eram submetidas à assédio sexual, mutilações de seus órgãos genitais, entre outras torturas após a 'Primavera Árabe'. Sendo o assédio, um dos principais pontos a serem discutidos. Em 2014, o país é denunciado pela ONU, mesmo ano que o assédio se tornará crime.

                    Precisamos entender de que se trata de um fato histórico e cultural que vem sendo discutido por vários países que compõe essa realidade. Realidade que é difícil ser compreendida no Brasil, mas o que dizer, já que não compreendemos nem a nossa própria realidade? 

                    De acordo com o site 'Estado de Minas', o médico detido no Egito, já tinha esse mesmo antecedente em outros países. Em 2014, ele havia feito uma brincadeira parecida com uma australiana ao pedir para que a mesma dissesse para ele, que iria ter relações sexuais com o mesmo. "Eu vou transar com ele muito", rindo ele diz após, "E depois eu vou despachá-la". 

     

               A forma ofensiva no Brasil é vista como esse senhor diz, brincadeira, ou pelos que gostam de mencionar que é muito mimimi. Mimimi na verdade é uma forma de diminuição da manifestação do outro. É não dar chance para que o outro exponha seu conjunto de ideias. É dizer... sou superior e você deve aceitar. É a naturalização! Pense nisso!!!

                  É de se imaginar como essa egípcia tenha se sentido com a brincadeira desse senhor que é reincidente e que provavelmente, irá reproduzir em algum lugar sua brincadeira insensata, porque ele se acha engraçado, não foi nada demais.

                 Eu brinco, sou assim.. 

                É de se imaginar uma mulher que viu tantas outras sofrerem pela violência, passar por esse constrangimento, por alguém que não tem a capacidade de se colocar no lugar do outro e sobretudo de buscar informação sobre um país que está indo visitar. 

                Muitas mulheres no Oriente Médio, não podiam trabalhar, eram privadas de muitas coisas. 

                Posso imaginar como deve ter sido para essa moça, se ver exposta no lugar onde muitas de suas antepassadas lutaram para estar e que um babaca, sem noção, porque vive na posição de um homem privilegiado, quer fazer graça, ser engraçado, ganhar likes, para isso ele precisa expor o outro!

                        Respeito é bom e ele dever ser dado em qualquer lugar do mundo, a qualquer pessoa!!!!

Casos de brasileiros pelo mundo

Apresentadora beija namorado em local proibido 

Imagem: Reprodução Internet

                Quando você vai viajar para o exterior ou está se preparando para criar seu roteiro, você se preocupa com a realidade daquele país? Saber sobre suas leis e seus costumes? Ou faz como o médico brasileiro e acha que são eles que devem se adaptar a sua realidade e não você a deles?

            Em 2019, a apresentadora Maisa Silva mostrou que não se preparou para sua viagem com seu namorado a Dubai. A artista ao posar para uma foto, beijou o namorado em frente ao maior prédio do mundo, o Bury Khalific.

            Mas o que tem demais? 

            Foi apenas um beijo!

            O problema é que o gesto de carinho é fofo para nós brasileiros, mas de acordo com as leis de Dubai, ele não é nada inofensivo e fere as leis da decência. 

            O comportamento não é permitido nem por pessoas casadas, que apenas podem dar as mãos.

            É bom se atentar pois atos considerados como ofensa a decência pública, pode resultar em pena de prisão e deportação.

            Em 2010, um casal britânico foi condenado a um mês de prisão e deportação por trocarem beijo em público.

Brasileiros assediam mulheres com vídeo machista durante copa na Rússia.

Imagem: Reprodução Internet

                    

                Um grupo de brasileiros que incluía um comissário da Latam (demitido após repercussão negativa do vídeo), gravaram um vídeo com conteúdo sexista, onde ofendiam mulheres russas, durante a copa de 2018, na Rússia. 

                A 'brincadeira de péssimo gosto', lembrava muito a que foi feita pelo médico no Egito, onde rapazes faziam com que as mulheres repetissem conteúdos sexuais. 

                "Eu quero d*** a bu*** para vocês", repetia uma das moças, após os rapazes as influenciarem, seguido de risadas dos brasileiros. 

MC Gui debocha da aparência de criança nos Estados Unidos

Imagem: Reprodução Internet

                Algo que é muito recorrente entre casos de brasileiros que são chamados atenção ou que cometem crime de algum tipo de abuso é a gravação de vídeos. O que mostra que muita gente ainda não sabe ou não se adaptou ao bom uso da tecnologia. 

            Em 2019, MC Gui, foi acusado de praticar bullying com uma menina na Disney. O MC filmou a garota sem seu consentimento e zombou de sua aparência. Sem reconhecer seu ato ao expor a garotinha, o artista que tem fãs adolescentes disparou: "Eu achei impressionante porque tava muito parecido (a menina estava com fantasia da personagem Boo - desenho da Disney) e acabei postando. A internet está cheia de gente chata". 

            Aqui temos um outro agravante, filmar alguém sem seu consentimento, em alguns países as leis são mais duras, a detenção pode ser algo irremediável. 

Blogueira não respeita a quarentena chilena e vai fazer fotos no deserto. 

                    E os casos de brasileiros que não tem respeito por leis e costumes de outros países, não param. Será que eles estão acostumados a não cumprirem suas obrigações no Brasil?

            O Chile, país no qual estive no final de 2019,  respeita e leva muito a sério suas leis e não foi diferente durante a quarentena. Quarentena essa que duas brasileiras fingiram não existir. 

            No início deste ano, duas blogueiras foram detidas pela vigilância sanitária chilena, depois de terem desrespeitado as regras de quarentena no país. 

            Durante uma ronda de inspeção as modelos acabaram presas.

             Em um pedido de desculpas, uma das moças resolveu dizer que não foi sua intenção prejudicar ninguém e que conhece as regras para entrar e sair de cada país, não pareceu!!!

Brasileiros são presos em Dubai após se vestirem de mulher

                Dois brasileiros foram deportados, depois de terem sido presos em Dubai. O motivo? Os engraçadinhos foram pegos se vestindo de mulher, o que é considerado crime no local. 

                 Os dois tiveram que desembolsar na época (2014), mais de dois mil dólares e logo após foram deportados. 

Brasileiro é executado na Indonésia após ser acusado de tráfico de drogas.                             

                Quem não se lembra do famoso caso o brasileiro, Rodrigo Goularte, na época com 42 anos foi condenado a execução, após ser acusado de tráfico de drogas. O brasileiro foi morto em 2015. 

                A Indonésia pune com rigor os acusados de tráfico. Goulart foi preso em 2014, tentando ingressar no país com 6 quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe. 

 "Não vejo isso como algo, que fazem quando vão para fora, na realidade isso existe o tempo inteiro", diz psicóloga. 

  Conversei com nossa parceira, a psicóloga, Priscila Oliver sobre esses casos de brasileiros, especificamente esse do médico gaúcho e ficou bem claro de que esses comportamentos de alguns brasileiros, podem acontecer aqui no Brasil e serem reproduzidos em outros países. O que a psicóloga diz, vai de encontro com novas notícias geridas nesta segunda (31), onde mencionam o mesmo comportamento operante no médico. "Isso é uma coisa que a gente vive usualmente. Não é quer dizer que ele fez isso lá, ele pode fazer isso aqui em diversos outros contextos, só que não é tão notado. Ali estava gravando um vídeo e estava em outro país. Então de certo modo ele não entendeu que aquilo ali soaria como preconceito. Ele entendeu que estava ali, que estava curtindo, passou despercebido. Mas isso não quer dizer que ele ja não faça isso de outras maneiras aqui. Lá o respeito com as mulheres é cobrado, aqui não, então passaria batido aqui". 

"O Itamaraty já foi informado sobre o caso".

Itamaraty manda nota ao blog

                Em nota ao blog, o Itamaraty através de sua assessoria diz que já foi informado sobre o caso do médico brasileiro, preso no Egito. 

                "O Itamaraty, por meio de sua Embaixada no Egito, presta toda assistência possível a brasileiros privados de liberdade naquele país, respeitando os tratados internacionais vigentes, como a Convenção de Viena sobre Relações Consulares, e a legislação local".

                O órgão brasileiro diz que vem acompanhando o caso, mas não pode divulgar maiores detalhes. "O Itamaraty já foi informado sobre o caso e as autoridades brasileiras no Egito estão prestando assistência consular cabível ao cidadão. Em atendimento ao direito á privacidade e em observância ao disposto na Lei de Acesso à Informação e no decreto 7.724/2012 O Ministério das Relações Exteriores não fornece informações sobre casos individuais de assistência a cidadãos brasileiros. 

Roger Ribeiro

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