Vida de sacoleira

 




     Elas, de acordo com o caderno de economia do jornal "Estadão", movimentam mais de 1 bilhão de reais por ano e já somam mais de 10 milhões de sacoleiras no país. 

    Acompanhando a Luciana Ferraz pelas ruas do Brás em São Paulo (reduto das maiorias das sacoleiras na capital paulista), aprendi a valorizar essas mulheres fortes, guerreiras e incansáveis. 

   Mulheres gigantes que caminham atentas pelos labirintos do bairro a procura de satisfazer sua clientela. 

   Acordam bem cedo ou quase nem dormem, viajam de ônibus e às vezes até com certa precariedade por horas, noite adentro. 

   

  O som dos carrinhos na feirinha da madrugada ainda ecoa na minha cabeça e são muitos que circulam no local. Além de seus carrinhos, carrinhos das lojas são descarregados abarrotados de mercadorias, todo o momento.

  O medo também me refresca a memória, isso porque os gaiatos estão por ali, na espreita, prontos para atacar e é bom tomar cuidado. 


     Mas esse medo é meu, e elas?

     Elas podem até ter, mas não demonstram, não tem tempo para isso, se resguardam e encontram algumas maneiras, esquemas para não se tornarem vítimas de assalto. 

     Luciana encontrou na doleira e na divisão de dinheiro pelo corpo, uma forma de fugir desses criminosos que rondam o Brás, esperando um momento de distração das sacoleiras. 

     



        Eu já conhecia o Brás, por já ter morado em São Paulo, mas meu olhar ao frequentar a região era de consumidor e não de um jornalista, youtuber ou blogueiro, como quiserem chamar. 

       Não de alguém que estava acompanhando uma microempresária em um dia de compra, um profissional observando outro, para contar sua história. 

      Esse meu olhar, essa minha visão sobre elas mudou. 

      Essas jovens, moças e senhoras passam horas e horas andando, enfrentando chuva, sol e bandidagem. 

      Literalmente batendo pernas ou gastando canela, como diriam nossas avós. 

      Com muitos clientes na Grande Vitória a Lu Ferraz já sai de lá com tudo agendado e anotado sobre suas compras, pedidos bem separados e com estoque contabilizado.

"Eu tenho um estoque bem organizado, então eu sei o que eu tenho, tenho uma média do que falta. Aí eu vou pegar e vou colocar tudo num papel, tudo num papelzinho. Aí vou colocar tudo o que eu estou precisando no estoque. Além disso eu tenho o pedido que o pessoal vai me fazendo, aí a medida que vou comprando vou riscando lá". 

  Luciana fala do buraco, reduto conhecido das sacoleiras do Brás e dá dicas sobre o local. 

"Aqui são roupas, são umas roupas bem legais tem uns negócios bem diferentes, mas é aquilo, tem que catar bastante, pesquisar bastante. Porque a gente consegue encontrar mercadorias bacanas com precinho muito bom, coisinhas que até vendem no Bom Retiro, aqui é bem um achado mesmo". 


         Muitas sacoleiras passam apuros quando o assunto é nota fiscal, pois muitos lugares não concede. Lu relata qual sua saída para esse contratempo. 

      

       "Aqui (Buraco) a gente não pega muita nota fiscal não, então geralmente como eu compro muito em multimarcas aí eu pego nota fiscal, aí eu consigo enviar, aí fica tranquilo, passa na fiscalização". Contou Lu Ferraz. 

      Há uma estimativa, segundo a cidade de São Paulo, que circulam mais de 500 mil pessoas durante as horas de funcionamento da feirinha da madrugada, entre 3 e 5 da  manhã. 

      São profissionais liberais de todas as cidades do Brasil e até de outros países vizinhos como, Chile, Cuba, Venezuela, Bolívia e Equador. 

      

    Alemão que trabalha no guarda volume de um hotel na região do Brás, bem pertinho do Buraco Quente, onde as sacoleiras guardam ou despacham suas mercadorias, diz qual é o público que mais frequenta a região. 


       "O pessoal vem de todo o Brasil, principalmente de Manaus, Palmas, Pernambuco, Alagoas, Ceará. Vem até gente da Bolívia fazer compras aqui, hospeda aqui no hotel, guarda no maleiro".


      No local ele inicia seu trabalho às 8 da manhã, horário em que muitas dessas mulheres estão terminando o inicio de suas compras na feirinha da madrugada e larga às 18, quando encerra todas as atividades do Brás. 

      Se quiser conhecer mais um pouco da vida das sacoleiras é só acessar o canal "Rolê com Roger" através do link abaixo. 

       Vamos dar um rolê?



@rolecomroger




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