A história que ajudou a moldar o carnaval de Salvador


 

                              

    Salvador detém o título de cidade da música e também é dona de um dos carnavais mais famosos do Brasil.                                                    Não só por ser a idealizadora do Trio Elétrico, do axé e de uma safra de artistas extremamente importantes para essa festa, talvez a mais popular do país, inclusive para nossa economia.   Mas também por sua história, luta, resistência, cultura e segregação que marcaram o movimento. 



      Engana-se os que acham que é durante o carnaval onde as empresas de turismo receptivo soteropolitanas, tem o melhor faturamento. 
      A cidade que costuma receber mais de 10 milhões de foliões brasileiros ou não, dá descanso aos seus colaboradores, já que os foliões não costumam deixar a cidade para realizarem passeios. 

  "Na realidade o carnaval acaba sendo um período de descanso da temporada. Na semana do carnaval eles (turistas) tendem a curtir a festa". Disse Bianca Campos que gerencia com a mãe a RBN Turismo na Barra em Salvador.


        A agência já atua no mercado há mais de duas décadas. 
          Mesmo as belas e adoráveis ilhas de Itaparica, Frades e Morro de São Paulo, procuradas o ano inteiro, não são capazes de tirar o folião da capital. 
         "Depois do carnaval, dois, três dias, começa uma procura. Mas na semana mesmo, especificamente, nós não trabalhamos. É uma demanda muito curta".



      E se Salvador é a capital da música e um dos destinos mais procurados daqueles que curtem a festa, é claro que ela precisaria de um museu sobre o assunto. Então em 2018, é inaugurado o 'Museu do Carnaval de Salvador', um dos maiores do segmento do mundo. 
     Ofir Souza, que foi uma das colaboradoras do museu, nós disse que o projeto foi pensado justamente para divagar sobre a festividade.
 
Vista do terceiro andar no 'Museu do Carnaval' - Salvador

   "Salvador é considerada a capital do carnaval, mesmo a gente sabendo que em Recife existe o boom do carnaval, que no Rio de Janeiro também existe. Mas por conta de toda a pluralidade existente no carnaval de Salvador a gente tem uma demanda muito grande"
     O museu surge então como uma homenagem através do curador, Gringo Gardia. 

Formada em Turismo, Ofir Souza foi uma das monitoras
do museu. 



       "Por conta disso, uma forma de homenagear toda essa história carnavalesca, o curador Gringo Cardia, funda o museu justamente no coração da cidade que é o Pelourinho, pra exatamente falar sobre esse assunto que é tão vasto".
         A escolha do Pelourinho foi ponto estratégico, já que o local é ponto de um dos percursos da festividade, o circuito 'Batatinha', onde desfilam crianças pela manhã e adultos à noite. 
         Com grande acervo do carnaval, incluindo figurinos e instrumentos dos artistas, o museu também discorre sobre o início dos trios elétricos que ultrapassaram as fronteiras da Bahia e do Brasil e hoje são conhecidos pelo mundo inteiro. 

Imagem: Reprodução Internet


     
  Alguns desses primeiros trios chamam a atenção pelo designer, como é o caso de um trio em formato de garrafa de cerveja, fabricado para fazer menção a um patrocinador, a cervejaria Saborosa. 
       Soteropolina, Bianca não tem muita lembrança dos primeiros trios, mas cita as mortalhas. As mortalhas eram indumentárias que deram início aos abadás. 
      "Me lembro das roupas, que eram as mortalhas (risos) a velha e boa mortalha".
      Formada em turismo, Ofir, nos explica o que eram as mortalhas.
   
 "As mortalhas eram fonte de inspiração para os blocos. Aquelas pessoas que não tinham muita grana, entravam para o bloco e o bloco não tinha a roupa pronta, ela mandava metros de tecido, te dava metros de tecido. Pegavam aquele tecido e dividia para todo mundo". 
       Mas e os trios? 
       Quando eles se popularizam e viram essa dobradinha? 
       O carnaval fica popular em Salvador após Dodô e Osmar? 
       Ofir diz que sim. 

 Dodô e Osmar criaram o Trio e pau elétrico (guitarra baiana)
"Porque inclusive a movimentação de Dodo e Osmar quando decidem enfeitar o carro de bolinhas e pintar e colocar mega fone, pra dar um certo movimento na festa é ali que se populariza, por quê? Porque existia dois grupos antes disso, um que alugava banquinhos e ficav
am sentados assistindo a festa e os que não tinham dinheiro e ficavam de pé"



      Marcado pela segregação, o carnaval de Salvador fez surgir outros grupos, como forma de protesto e resistência. 

"Anteriormente ante do carnaval virar o comércio que é, ele se transformou em uma festa de protesto. O carnaval é uma inspiração de uma festa portuguesa e os portugueses trazem essa festa aqui para o Brasil. Quando chegam aqui os povos estão sendo escravizados e por conta disso, esses povos usam esses dias em que estão de uma certa forma 'livres', para colocar um certo tom de protesto na festa".
   
    Com a criação dos trios, pessoas se inscreviam para participarem dos blocos. Elas tinham que preencher uma fica e mandar foto para serem avaliadas. O ato acabou segregando, padronizando os foliões que podiam 'brincar', nos trios. 

    "Esses blocos no início dos anos 90, tinham uma chamada 'venha brincar com a gente, que você só vai brincar com gente bonita'".

     Campos completa dizendo que essa época foi um período extremamente elitizado. 

    "É que antigamente a segregação era escancarada, porque quando você comprarva esse abadá, você preenchia ficha e mandava foto". Negros acabavam sendo excluídos, e ao perceberem a discriminação começam a surgir outros movimentos. 
 
   "Começaram a perceber e dizer: 'Peraí, nosso povo é bonito também'. E diante de tudo isso a gente entra com protesto"

Ilê Aiyê (Salvador) foi o primeiro bloco afro do país

   Quer saber ainda mais sobre o carnaval de Salvador, e assistir essa entrevista na integra? 
   Acesse o canal 'Rolê com Roger', no Youtube pelo link abaixo
                                      (Acesse aqui)

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